sexta-feira , 29 março 2024

Jaguari completa 100 anos de história

Situada nos fundos dos então municípios de Santiago do Boqueirão, São Francisco de Assis, São Vicente do Sul e Julio de Castilhos, Jaguari resultou de um projeto de colonização iniciado em agosto de 1886, quando José Manoel de Siqueira Couto, face ao esgotamento de lotes disponíveis nos arredores de Silveira Martins, comprovou a disponibilidade de uma vasta área florestal na “região do Jaguari”. Resta lembrar que, por lei, esta colonização já estava prevista desde 1871 para ser implantada no “Rincão de São Miguel mirim”, do então distrito de São Vicente e município de São Gabriel.

O “marco fundacional” de Jaguari deu-se em 14-8-1888, dia da concessão dos primeiros lotes agrícolas, segundo o “Registro de Imigrantes da Colônia Jaguari” e o “Registro de Colonos Imigrantes 1888-1906”, conservados no Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul. Deflagrado o processo, os imigrantes chegaram a levas sucessivas até a extinção da Colônia, ocasião em que seus núcleos foram integrados aos municípios de São Vicente, Santiago e São Francisco de Assis. O Códice SA 290, fonte primária indispensável à “Gênese da Colônia Jaguari”, registra a entrada de 8.651 imigrantes entre 1888 e 1906, compondo três períodos distintos: o inicial, que se estende de 14-8-1888 a 12-8-1890 e inclui 1.054 imigrantes, principalmente italianos; o segundo, que vai até fins de 1893 e se distingue por expressivo contingente (4.865 imigrantes) de italianos, poloneses, alemães e austríacos; e o período final (de 1894 a 1906), caracterizado por afluxo mais reduzido, mas de etnias igualmente variadas. Ao longo de sua existência, a colonização foi encabeçada por José Manoel da Siqueira Couto e, após a Proclamação da República, por Severiano de Souza e Almeida. Com a extinção da Colônia, a “Sede” acabou reduzida a terceiro distrito do município de São Vicente.

A emancipação de Jaguari deu-se, apenas, em 16 de agosto de 1920, pelo Decreto n.º 2.267, assinado pelo governador Borges de Medeiros e por Protásio Alves (Secretário do Interior), mediante desmembramentos dos municípios de São Vicente, São Francisco de Assis, Santiago e Júlio de Castilhos. O primeiro intendente (provisório) foi Miguel Chmielewski, nomeado pelo Decreto n.º 2.631, de 19-08-1920, e que também venceu o primeiro pleito (25-09-1920), tendo Cloraldino Teixeira como vice. Em 2020, ano que Jaguari festeja o primeiro centenário da emancipação do município, o município tem como prefeito Roberto Carlos Boff Turchiello e vice-prefeito Lucas Denardi Cattelan.

No domingo, dia 16 de agosto de 2020, Jaguari está de aniversário, comemorado de forma diferente, pois nesta data completa o seu primeiro centenário. São 100 anos de Emancipação Político-Administrativa de Jaguari, a cidade das Belezas Naturais. Este ano seria de muitas comemorações, as quais vinham sendo planejadas desde 2019, mas por conta da pandemia quase todas as atividades que estavam programadas tiveram que ser canceladas.

Em entrevista, o prefeito Roberto Carlos Boff Turchiello, falou da importância deste momento a todos os munícipes, agradeceu a comunidade jaguariense, pois é uma data histórica e muitas pessoas contribuíram para Jaguari chegar aos seus 100 anos, levando o município a se desenvolver a passos largos.

“Não devemos somente parabenizar a instituição Jaguari, mas sim levar o nosso agradecimento a todas as pessoas, porque é através delas que um município se faz”, destacou Beto Turchiello.

A Administração Municipal deixa seu reconhecimento aos imigrantes italianos e também de outras etnias, que há 140 anos, com muito trabalho e suor, começaram a dar uma base para o início de Jaguari, ao grupo de pessoas que há 100 anos trabalharam para a emancipação da cidade que hoje é um importante ponto turístico.

Beto Turchiello ressalta também a importância do comércio daquela época que ajudou no desenvolvimento de Jaguari, e agradece também todas as empresas que hoje fazem parte da cidade E os agricultores que, baseados na imigração, fizeram e fazem o melhor pelo seu município. O prefeito agradece ainda aos ex-prefeitos, ex-vereadores, ex-secretários, professores de Jaguari, pelas suas contribuições, pessoas que fizeram parte dos 100 anos.

O prefeito Beto enfatiza que possui um comércio forte e cita algumas referências, sendo elas o Clube União de Jaguari que está com 125 anos, a Cooperativa Agrária São José que está com 86 anos de história, o Hospital de Caridade de Jaguari com mais de 80 anos de existência e também a Rádio Jaguari, há quase 70 anos informando a comunidade. O município possui seu Sindicato dos Trabalhadores Rurais com aproximadamente 60 anos de atividades em prol da população. São entidades que embasaram o crescimento de Jaguari.

Mesmo sem comemoração, o centenário não irá passar em branco, algumas ações serão feitas. Nesta sexta-feira, uma Sessão Solene, sem a presença de público, organizada pela Câmara de Vereadores irá homenagear de forma oficial o município, também será construído um monumento na Praça do Centro Administrativo para marcar o centenário e assim as futuras gerações conheçam a história do município. Além disso, será lançado um livro que contará a história antiga e atual da terra das Belezas Naturais, inclusive com registros da pandemia que alterou toda A programação de aniversário.

O presidente da Câmara de Vereadores, Igor Tambara, também destacou em entrevista, a importância dos jaguarienses, povo ordeiro e acolhedor que muito faz pela sua cidade.

“Devido ao Coronavírus, as comemorações estão sendo limitadas, mas não é isso que irá manchar ou diminuir a importância do centenário de Jaguari e quem merece nosso agradecimento e felicitações é nosso povo jaguariense”, destaca o presidente do Legislativo.

Foto: GNI Mídias Digitais

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